IMG-20200316-WA0114-01.jpeg

O pombo não vê o garoto. Ele caminha. Projeta a cabeça para frente e para trás no ritmo do mover de suas delicadas pernas, marcando, na fina areia, pegadas de flores. Ele cisca. Passeia de um lado ao outro procurando tudo aquilo que pode encontrar. Mas não encontra o garoto.

O garoto não vê o mar, o sol ou as coxas que, à sua frente, desfilam alinhadas. Ele vê o pombo e, achando que o pombo o vê, passa seu tempo observando uma tentativa de invasão de esteira que não ocorre. 

O mar está bonito. Mas não há quem veja o mar.